Eu já tive um blog (esse) e ele era legal. Eu juro.
Quem sabe eu volto.
Dá pra falar de cachorros e as coisas da vida conjugal?
Porque né, vida que segue, a gente cresce.
Mesmo achando que, naquela época, a vida seria uma merda perto dos trinta.
A gente glamourizava.
Aliás eu nunca soube conjugar o verbo "glamourizar". "Glamurizar". Sei lá como escreve.
Atualmente existe até a tal hashtag pra isso!!

Há mais de 7 anos me mudei de mala, cuia e bagagem emocional pra BH.
Me assumi naturalizada mineira.

Quando morava em Brasília, tive um bom amigo brasiliense que morava em São Paulo e me falava sempre de umas nostalgias esquisitas que ele sentia quando passava temporadas na cidade.

Eu nunca entendia. Pra mim, Brasília era meu mundo, era o que tinha pra hoje e sempre.

Me mudei. Fiz amigos, fiz carreira, fiz uma outra cabeça.

Brasília me parecia tão distante como parecia para amigos mineiros que eu levava para conhecer a capital.

Chegava em Brasília e me sentia como Camus em O Estrangeiro.

Eis que uma maldita banda me lança um clipe, com subsídio de pessoas há muito desconhecidas.

Chorei. Corei. Era aquilo ali. Por tudo que lutei contra. Por tudo que reneguei.
Era aquilo o que eu sentia e que julgava ser a única.

Renegava mesmo. Reneguei tudo o que saía da "cena" brasiliense pois sempre me julguei superior.

Que merda. Que pequena me senti. Que burra que fui.

E eu ainda não fiz 30 anos e não moro mais com os meus pais.
Mas ainda é cabuloso. E ainda sou pega pelos pardais quando passo férias.

Moleques doidos do Sexy Fi, esse post nostálgico é pra vocês.

http://youtu.be/QreZ6RZklA0

slam

aconteceu tanta coisa nesses últimos meses que fiquei sem postar!
michael morreu, john hughes também. e eu tava em NYC e as pessoas faziam homenagens ao michal até hoje. e na sephora tinha um dj tocando e uns b-boys dançando, o dj mandou ver na trilha sonora do ferris bueller's day off. foi lindo!

lá vendia roteiros de filmes e seriados numa banquinha na rua, eu fui na FAO schwarz mas não toquei o piano, almocei no bubba gump shrimp & co., comi bagels e nyc dogs, cheesecake na serendipity...

mas o objetivo do meu post é contar do livro que li no vôo de volta ao brasil.
o mais recente do nick hornby, slam.
acho que depois de juno esse livro passou meio batido, o que é um pecado, afinal no dia que a diablo cody escrever melhor que o nick eu mordo minha língua. (opinião pessoal ok)

a história é aquela, casalzinho de 16 anos que se depara com uma gravidez indesejada.
mas aqui é tudo relatado pela ótica do guri, um skatista que conversa com o pôster do tony hawk e, obviamente, não tem a menor vontade de ser pai aos 16. o que o torna um pouco ácido e dá o tom "no man is an island" característico dos livros do nick.

mas o que eu quero falar mesmo é da fidelidade que a gente tem com o nick hornby.
leu um, tem que ler todos. e aí você começa a pensar como ele, e saber o que virá nas próximas páginas.
logo quando falam, em algum capíulo, que o piá iria se chamar Rufus eu já sabia que seria por causa do Rufus Wainwright. e da maneira mais bonitinha, revela-se ser mesmo por causa dele.

são esses detalhes tão pessoais que ele coloca no meio da história, fazendo dos personagems uma extensão de seu gosto pela cultura pop, que dão tanta graça aos livros.

uma sutileza para finalizar:
quando Rufus nasce, começa uma discussão no quarto do hospital a respeito de seu sobrenome.
se deveriam adotar o da mãe, burns, ou o do pai, jones.
"Mas não há diferença nos sobrenomes, há? Ninguém pode saber se senhor Burns é mais chique do que senhor Jones simplesmente lendo os nomes numa lista."

(ahn ahn?)

top 3 eu acho que são a mesma pessoa e ninguém me contou

1. jeffrey dean "denny duquette" morgan & javier bardem



2. zooey deschanel & kate perry



3. courtney cox & nelly furtado

top 5 eu pegava/ouvindo no momento

1. jamie lidell - jim



paixão antiga que conheci no tim festival de 2005, jamie veio substituir o autechre que cancelou de última hora. graçasadeus, foi a melhor surpresa da noite.
o homem é genial, faz tudo sozinho, é lindo e tem voz de negão.

ai jamie lidell, me pergunta de novo onde tem um lugar bom pra comer?
(piada interna ok)




2. raphael saadiq - the way i see it



o cara é ex membro da tony! toni! toné!, se você não lembra é por que nasceu na década de 90 ou nunca assitiu seriados de famílias negras americanas da década de 90.
daí ele virou produtor picagrossa, lançou um monte de gente e anos depois resolveu se lançar e trazer de volta a motown para nós, que nascemos na década de 80.

por favor, não morram sem ouvir esse disco.




3. kanye west - 808's and heartbreak



depois do show fracassado no tim festival, kanye só vem me decepcionando.
agora lançou esse disco que é uma coisa esquisita, pra não dizer uma bosta.
não tem nenhum hit bombante.
como disseram na veja, porém elogiando ¬¬, kanye lançou um disco pra quem não gosta de hiphop.
e ainda abusou daquele efeitinho de voz da cher.
E AINDA li na pitchfork que ele saiu por aí descrevendo o som de "Love Lockdown" como "Thom Yorke in the strip club".

mas eu continuo achando ele um ebony god.




4. sia - some people have real problems



a sia é uma australiana lokona com cara de dike e voz de mocinha indefesa.
a primeira vez que a vi foi no david letterman e foi paixão à primeira vista(L)
daí varri o youtube e descobri que ela é zuper performática, realmente mucho loka e já está na night dance há bastante tempo.
já viciei algumas pessoas nela e buttons, o hit mor, já toca nas festchinha que a gente frequenta cá em bh. bateu tristezinha, escute. fikdik.

como disse david: "how about that voice, paul? lovely!"




5. andrei machado - lacuna



o prodígio nasceu na capital do país e tem apenas 20 anos.
tinha mais nada pra fazer em brasília, olhou pro seu tecladinho e resolveu gravar um disco.
gravou ali, no próprio quarto, 8 musiquinhas, jogou no myspace e pronto: foi citado numa porção de top lists 2008.
lacuna parece trilha de filme. coloque no seu ipod e finja que você é um personagem dentro de um ônibus num road movie.

essa coisa fofa ainda é um excelente ilustrador e fez a arte do disco.
andrei casacomigo.

veraneio

gente, semana passada dei uma voltinha de barco com susaninha pelo litoral carioca.
foi ótchimo, susaninha é uma lição de vida!

deu na veja:

"Hans Donner, o homem das vinhetas da Globo, devota-se a um novo projeto: a construção de um centro de observação de ufos que terá um relógio imenso como teto"

chegou a hora de compartilhar com a vida out there a maior piada interna do design brasileiro.
ai como me orgulha esse brasilzão cheio de conceito!