medo

era meu aniversário e eu havia ganhado diversos buquês de rosas.
a medida em que me ausentava do recinto onde eles se encontravam, um buquê era roubado.
fiquei ali meio sem entender mas não fazia muito sentido. deixei pra lá.

uma série de assasinatos começou.
e sempre haviam rosas no local do crime.
eu notava que alguém me espiava pela janela e eu sempre tinha um buquê de rosas ao meu lado.

os investigadores ligaram o sumiço dos buquês e o reaparecimento de rosas ao assassino.
que no caso era assassina.

então resolveram fazer uma armadilha.
primeiro colocaram um buquê em cima de uma mesa suspensa no ar, eu ficaria embaixo dela esperando a criminosa aparecer.
algo deu errado e a mesa se desprendeu, ficamos em queda livre por um bom tempo mas não atingimos o chão.

plano b: a mesma mesa em terra firme, dentro de um quarto, ao lado de uma janela.
e o buquê lá. e eu do lado.
a assassina apareceu na janela, ela não fazia questão de se esconder entretanto só se via seus olhos. me pareciam bonitos, mas tristes e nervosos.

meu irmão aparece na porta e me chama. eu, feliz da vida, fui ao seu encontro.
ao me virar de volta, adivinha, o buquê não estava mais lá.

chorei muito, de medo e de raiva por ter ido falar com meu irmão.

e não consigo me lembrar de mais nada.
mas acho que pegaram a assassina porque ela me deixou em paz e tudo mudou.

*
e é bem chato voltar a sentir medo bobo.